Casa Mundo News #17
IA da China, Geração Beta, Bem-Estar Artificial e a Nostalgia dos Impressos
Entre a Nostalgia e o Caos Tecnológico.
Entre o analógico e o digital, 2025 começa com o reaparecimento das revistas impressas, clubes do livro, smartwatches e inteligências artificiais que mudam nossa relação com a saúde, uma nova geração que já nasce imersa na IA e mulheres transformando o jogo da tecnologia. Seja offline ou online, impresso ou digital, o grande recado é: inovação tem tudo a ver com diversidade de olhares e experiências—e esse é só o começo do que vem por aí.
“Programe como uma garota”
A atmosfera feminina por trás do sucesso da DeepSeek
DeepSeek, a Inteligência Artificial chinesa que está quase deixando o ChatGPT desempregado, é o assunto desse eterno janeiro. Afinal, não é pra menos, o chatbot chinês causou a perda de 1 trilhão de dólares nos principais concorrentes americanos e se tornou o aplicativo gratuito mais baixado na App Store dos EUA. Já está disponível por aqui com sua versão em português. O diferencial? Além de ter código aberto e ser 100% gratuita — o que promove uma real democratização da tecnologia — a equipe de desenvolvimento tem a participação de Luo Fuli, 29 anos, uma das principais responsáveis pelo modelo de raciocínio do chatbot.
Para Babi Bono (@babibono) Criativista, especialista em MKT Digital, Inovação e Design de Futuros, o fato de haver uma mulher por trás dos códigos não é mera curiosidade: representa a presença de valores como colaboração, co-criação e a possibilidade de narrativas mais diversas na tecnologia. Ela nos relembra bem que a história da computação é marcada por pioneiras, como Grace Hopper — criadora do termo “bug” — e Ada Lovelace — autora do primeiro algoritmo processável por uma máquina. Nesse sentido, DeepSeek mostra como o “fator feminino” pode ampliar perspectivas, mesclando referências filosóficas, ciências humanas e um olhar inclusivo na IA. Se chegamos até aqui no que entendemos sobre tecnologia hoje, foi porque as mulheres abriram as portas, ou melhor, os códigos, lá atrás.
Sejam bem-vindos, Geração Beta
O Futuro de quem nasceu agora já começou
2025 começou apertando o start da chamada Geração Beta. Representando os nascidos até 2039 e que, segundo o futurista Mark McCrindle, serão cerca de 16% da população mundial em 2035. Filhos dos Millennials mais jovens e dos mais velhos da Geração Z, esses futuros adultos já nascem em um cenário em que a inteligência artificial e a automação estão presentes em tudo que é canto na vida cotidiana—da educação ao trabalho, do lazer às relações sociais.
Se a Geração Alpha viveu o boom inicial das tecnologias inteligentes, os Betas crescerão 100% em ambientes digitais personalizados por algoritmos de IA. A busca por equilíbrio entre oportunidades e riscos do universo online vai ser fundamental para pais e educadores, especialmente diante de desafios sociais e ambientais de um mundo em rápida - e bota rápida nisso - transformação. Para muitos especialistas, a Geração Beta chega não só para acelerar ainda mais a adoção tecnológica, mas também para questionar limites éticos e sustentáveis, exigindo soluções inovadoras em todas as áreas.Os Betas chegaram pra fazer barulho!
O Bem-Estar na era da Inteligência Artificial
Como a Revolução Digital Está Transformando Nosso Bem-Estar
O uso de IA na saúde deixou de ser ideia futurista, naquela atmosfera fantasiosa do deseho "Jetsons” (Alô, millenials!) para se tornar realidade em diversas frentes: desde softwares que analisam milhares de imagens para detectar doenças de forma mais rápida e precisa, até smartwatches que monitoram sinais vitais em tempo real, auxiliando no cuidado preventivo. Estudos recentes indicam que a análise de dados médicos e a automação de tarefas repetitivas liberam os profissionais de saúde para se dedicarem mais ao atendimento humano, melhorando diagnósticos e reduzindo custos.
Ainda assim, desafios éticos e de privacidade persistem. Para que a IA seja realmente confiável, é preciso treinamento com dados de alta qualidade e representativos, além de regulamentações que protejam informações sensíveis dos pacientes. Especialistas reforçam que a tecnologia não vem substituir médicos, mas servir como uma aliada poderosa na tomada de decisões. Num cenário em que algoritmos do bem ou do mal já fazem parte do nosso dia a dia, a integração bem-feita da IA em hospitais, clínicas e até no relógio de pulso pode transformar o cuidado médico em algo mais ágil, seguro e personalizado.
“É Impressão Minha?”
O Retorno dos Impressos e a busca por experiências offline
Depois de uma década imersa no online, ver a Revista Capricho voltar às bancas e a Banca C.I.N.Z.A surgir em Botafogo com seus zines, mostra que o impresso reconquistou espaço. Ao mesmo tempo, o TikTok, responsável pela febre global do #BookTok (que só no Brasil acumula 20 bilhões de visualizações), avança ainda mais no universo editorial com a criação da 8th Note Press, reforçando que as tendências do ambiente digital podem impulsionar a venda de revistas e livros físicos. O “Clube do Livro” do podcast Calma Urgente, por exemplo, aposta em encontros semanais para discutir temas e leituras, comprovando que a experiência compartilhada e analógica — folhear páginas, discutir ao vivo — encontra respaldo em gerações cansadas do “scroll” infinito.
Além disso, iniciativas como a Revista Traços, que gera renda a pessoas em vulnerabilidade, e a Pulsa, primeira livraria LGBTQIAPN+ prestes a inaugurar espaço físico, destacam a relevância social desse movimento de volta ao papel. Para muitos, parar numa banca, escolher uma revista ou participar de um clube do livro quebra o ritmo frenético das redes, oferecendo uma pausa no “brain rot” digital. Com a automação e os algoritmos cada vez mais presentes, os impressos se tornam um refúgio de curadoria, calma e até status, lembrando que, por vezes, basta um café e umas páginas para retomar o prazer de consumir conteúdo no seu próprio ritmo.
A Casa Mundo é uma casa de pesquisa com mais de 25 anos de experiência ajudando marcas a tomar decisões embasadas através da pesquisa qualitativa.
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